Buenos Aires é aquele tipo de cidade que mistura uma vibe europeia com uma energia sul-americana difícil de explicar. A capital argentina entrega arquitetura de cair o queixo, comida incrível, noites agitadas e história em praticamente todo canto.
Para brasileiros, é um destino acessível, com idioma amigável e um câmbio que costuma valer a pena.

Se você tiver cinco dias bem organizados, dá pra explorar desde o centro até bairros super charmosos, provar a culinária portenha de verdade e sentir a alma do tango. Cinco dias são suficientes pra ver o essencial, esbarrar em mercados locais e até dar uma escapada pelos arredores.
Prepare-se para caminhar pelo centro histórico, fazer umas compras na Calle Florida, visitar La Boca e Palermo, e mergulhar em experiências culturais. Também sobra tempo pra relaxar em parques, fuçar museus e, claro, tomar um vinho argentino assistindo a um show de tango.
Como Planejar Seu Roteiro Buenos Aires 5 Dias

Planejamento é tudo pra aproveitar Buenos Aires sem perrengue. A escolha da hospedagem faz diferença, assim como pegar um bom câmbio e organizar os dias de forma inteligente.
Escolhendo a melhor região para se hospedar
A localização do hotel muda completamente a experiência. Palermo, especialmente o Palermo Soho, é queridinho dos brasileiros, com vida noturna animada, restaurantes estilosos e metrô por perto.
Recoleta é mais sofisticada e central. Você fica perto de museus, do famoso cemitério e de ótimos lugares pra comer. O transporte público por lá é bem eficiente.
Puerto Madero tem hotéis luxuosos com vista pro rio. A área é moderna, segura e tranquila, mas os preços são mais altos. Fica um pouco longe do centro histórico, então tem esse detalhe.
O centro histórico é prático e econômico, dá pra fazer tudo a pé. Só que à noite e nos fins de semana, o movimento diminui bastante.
Dicas de câmbio e transporte em Buenos Aires
O peso argentino oscila bastante. Não troque dinheiro no aeroporto ou bancos oficiais, pois as taxas são ruins. As casas de câmbio do centro, principalmente na Calle Florida, têm cotações melhores.
Leve dólares em espécie se quiser o melhor câmbio. Muitos lugares aceitam dólar direto, sem drama. Cartão internacional também funciona, mas sempre confira as taxas do seu banco.
O transporte público é barato e funciona direitinho. O metrô liga os bairros principais, então vale comprar o cartão SUBE pra usar metrô, ônibus e trem.
Táxis são seguros e não custam caro. Uber e Cabify também funcionam bem. Se for andar pelo centro, caminhar é uma ótima pedida.
Organização do roteiro dia a dia
Divida a cidade por regiões pra ganhar tempo. Dia 1: centro histórico com Plaza de Mayo e Café Tortoni. Dia 2: explore Palermo de dia e Puerto Madero à noite.
Dia 3: San Telmo e La Boca pela manhã, depois museus ou compras à tarde. Dia 4: passeio a Tigre ou dedique o dia à Recoleta.
Dia 5: deixe para revisitar seus cantinhos preferidos ou fazer aquelas compras de última hora. Mantenha esse dia mais livre, vai que pinta algum imprevisto.
Evite lotar o dia de compromissos. Buenos Aires tem um ritmo próprio, meio devagar, e o melhor é curtir sem pressa.
Dia 1: Centro Histórico e Puerto Madero

O começo da viagem merece os clássicos: Plaza de Mayo e Casa Rosada, os marcos históricos da cidade. No fim do dia, Puerto Madero espera com aquele clima moderno à beira do rio.
Explorando a Plaza de Mayo
A Plaza de Mayo é o coração político e histórico da cidade. Muita coisa importante já rolou ali.
No centro da praça fica a Pirâmide de Mayo, símbolo da independência argentina desde 1810. O lugar é cercado por prédios históricos imponentes.
Vale chegar cedo pra pegar menos gente e garantir boas fotos. Dê uma volta e repare nos detalhes da arquitetura.
Pontos principais na praça:
- Pirâmide de Mayo
- Cabildo
- Banco de la Nación Argentina
- Ministério da Economia
Reserve pelo menos meia hora pra explorar a praça com calma.
Visita à Casa Rosada e Catedral Metropolitana
A Casa Rosada é a sede do governo argentino, impossível não notar a fachada rosada na Plaza de Mayo.
Os tours gratuitos rolam só aos sábados e domingos, e precisa reservar antes no site oficial. Se não der pra entrar, pelo menos tire uma foto da sacada famosa (sim, aquela da Evita).
Do lado está a Catedral Metropolitana, onde fica o mausoléu do General San Martín. A entrada é gratuita e o interior impressiona, cheio de mármore e detalhes dourados.
Horários:
- Casa Rosada: sábados e domingos das 10h às 18h
- Catedral: segunda a sexta das 7h30 às 18h45
Passeio pelo Obelisco e Avenida 9 de Julio
O Obelisco é provavelmente o cartão-postal mais conhecido de Buenos Aires. Ele fica na interseção da Avenida 9 de Julio com a Corrientes.
São 67 metros de altura, construído em 1936, marcando o local onde a bandeira argentina foi hasteada pela primeira vez.
A Avenida 9 de Julio é gigante, com 140 metros de largura e 20 faixas de trânsito. Caminhar por ali dá uma boa noção da vibe urbana da cidade.
Dicas rápidas:
- Melhor horário: fim de tarde, entre 16h e 18h
- Metrô Linha D, estação 9 de Julio
- Atenção ao atravessar – o trânsito é intenso
Noite em Puerto Madero: Puente de la Mujer e Fragata Sarmiento
Puerto Madero é puro contraste com o resto da cidade, todo moderno e iluminado à noite. O reflexo das luzes no rio cria um clima bem especial.
A Puente de la Mujer é uma ponte giratória projetada por Santiago Calatrava, com formato inspirado em um casal dançando tango. À noite, ela fica toda iluminada e rende fotos lindas.
A Fragata Sarmiento é um museu naval dentro de um navio-escola que navegou entre 1899 e 1938. Dá pra subir a bordo e ver como era a vida dos marinheiros naquela época.
Informações úteis:
- Fragata Sarmiento: terça a domingo, das 10h às 19h
- Entrada: cerca de $2000 pesos argentinos
- Puerto Madero: iluminado até meia-noite
Pra fechar o dia, escolha um restaurante com vista pro rio. Não dá pra sair de Buenos Aires sem provar a gastronomia local.
Dia 2: Compras, Cultura e Recoleta

O segundo dia é pra misturar compras e cultura. Tem rua comercial, livraria histórica, teatro e um dos bairros mais elegantes da cidade.
Passeio pela Calle Florida e Galerias Pacífico
Comece pela Calle Florida, a rua de pedestres mais famosa de Buenos Aires. Tem mais de 1 km de lojas, de marcas internacionais a artesanato e couro local.
As lojas abrem às 10h e o movimento vai até o fim da tarde. No fim da rua, você encontra o Galerias Pacífico, um shopping instalado num prédio histórico de 1889.
O teto do shopping tem murais pintados por artistas argentinos – vale olhar pra cima! Dá pra fazer compras, almoçar ou só dar uma pausa do calor (ou da chuva).
Livraria El Ateneo e Teatro Colón
A Livraria El Ateneo Grand Splendid fica a uns 15 minutos de caminhada das Galerias Pacífico. Ela funciona num antigo teatro de 1919 e já foi eleita uma das livrarias mais bonitas do mundo.
Tem um café no palco e as antigas frisas viraram áreas de leitura. O ambiente é silencioso, então, tire fotos sem atrapalhar ninguém.
O Teatro Colón fica ali perto e é um dos teatros de ópera mais importantes do planeta. Dá pra fazer uma visita guiada de 50 minutos, que custa em torno de 15 dólares.
Na visita, você conhece os salões dourados, a sala principal e até os bastidores. Se possível, reserve antes pelo site oficial ou direto na bilheteria.
Explorando o bairro da Recoleta e seu cemitério
O bairro da Recoleta é um dos mais elegantes de Buenos Aires. Suas ruas exibem mansões francesas e muitas embaixadas.
O Cemitério da Recoleta é a atração principal do bairro. Por lá, está o túmulo de Eva Perón, a famosa Evita.
O cemitério funciona das 8h às 17h e a entrada é gratuita. Caminhe pelas ruas estreitas entre os mausoléus de mármore.
Muitas famílias importantes da Argentina estão enterradas ali. Um mapa na entrada mostra onde ficam os túmulos mais procurados.
Perto do cemitério fica a Floralis Genérica. É uma escultura de metal gigante, em forma de flor, que abre e fecha conforme a luz do dia.
Museus e arte: MALBA e Museu Nacional de Belas Artes
O MALBA (Museu de Arte Latino-Americana) tem uma das melhores coleções de arte moderna da região. Funciona de quarta a segunda, das 12h às 20h.
Você vai ver obras de Frida Kahlo, Diego Rivera e artistas brasileiros como Tarsila do Amaral. A famosa Abaporu de Tarsila do Amaral está exposta ali.
O Museu Nacional de Belas Artes é gratuito e fica a 10 minutos do MALBA. Tem uma grande coleção de arte argentina e europeia dos séculos XIX e XX.
Este museu abre de terça a domingo, das 11h às 19h. Vale separar pelo menos uma hora para cada museu, especialmente se você curte arte.
Dia 3: La Boca e San Telmo
O terceiro dia mistura dois bairros bem autênticos de Buenos Aires: La Boca, com suas casas coloridas do Caminito e o estádio La Bombonera, e San Telmo, com sua feira tradicional e o histórico Café Tortoni.
Caminho das cores: Caminito e La Boca
Comece o dia em La Boca, de manhã. O Caminito é uma rua-museu a céu aberto, cheia de casas pintadas em tons vibrantes.
Essas casas foram coloridas pelos próprios moradores, usando sobras de tinta dos estaleiros do porto. Cada cor tem uma história ligada à imigração italiana da região.
Você vai topar com artistas de rua mostrando tango nas calçadas. Músicos e dançarinos garantem um clima portenho autêntico.
Dicas importantes:
- Vá entre 10h e 16h, quando tem mais movimento
- Fique atento aos seus pertences
- Não se afaste das áreas turísticas principais
As lojinhas vendem artesanato local, camisetas do Boca Juniors e lembrancinhas típicas. Dá pra negociar os preços na maioria dos lugares.
Estádio La Bombonera e Boca Juniors
A La Bombonera fica pertinho do Caminito, dá pra ir andando. É a casa do Boca Juniors, um dos clubes mais conhecidos da Argentina.
O tour guiado dura mais ou menos uma hora e passa pelo campo, vestiários e museu do clube. Você descobre histórias de ídolos como Diego Maradona e Carlos Tevez.
Horários dos tours:
- Segunda a domingo: 10h às 17h
- Tours a cada 15 minutos
- Entrada: cerca de 1.500 pesos argentinos
O museu exibe troféus, camisetas históricas e objetos pessoais dos jogadores. Mesmo quem não é fã de futebol costuma curtir a experiência.
Reserve ao menos duas horas para toda a visita. Comprar o ingresso online evita filas chatas.
Feira de San Telmo e Mercado de San Telmo
No período da tarde, vá para San Telmo. O Mercado de San Telmo abre todos os dias e tem produtos locais, antiguidades e comidas típicas.
Aos domingos, rola a famosa Feira de San Telmo na Plaza Dorrego. Vendedores oferecem antiguidades, discos de vinil, livros usados e artesanato.
O que encontrar no mercado:
- Empanadas e choripán
- Carnes argentinas frescas
- Queijos e vinhos locais
- Produtos artesanais
A feira dominical toma conta das ruas do bairro. São mais de 270 barracas espalhadas pelo calçamento, criando um ambiente bem único.
Durante a semana, San Telmo continua charmoso, com lojas de antiguidades e cafés tradicionais. As ruas Defensa e Estados Unidos concentram a maioria dos estabelecimentos.
Café Tortoni e Praça Dorrego
Termine o dia no Café Tortoni, o mais antigo de Buenos Aires, aberto desde 1858. Ele fica na Avenida de Mayo, perto do centro histórico.
O café já recebeu personalidades como Jorge Luis Borges e Carlos Gardel. O interior mantém a decoração original, com mesas de mármore e vitrais coloridos.
Especialidades do Café Tortoni:
- Chocolate quente com churros
- Cortado (café com leite argentino)
- Torta de dulce de leche
- Shows de tango noturnos
A Plaza Dorrego é o coração de San Telmo. Durante o dia é uma praça comum, mas aos domingos vira o centro da feira de antiguidades.
Os bares ao redor têm mesas na calçada, perfeitas pra observar o movimento e experimentar um vermute argentino.
Se puder, reserve uma mesa no Café Tortoni, principalmente nos fins de semana. O ambiente histórico vale a espera e os preços um pouco mais salgados.
Dia 4: Palermo e Experiências ao Ar Livre
O quarto dia te leva ao bairro mais descolado de Buenos Aires, onde arte urbana e natureza se misturam de um jeito especial. Palermo vai das ruas agitadas do Soho até os jardins mais românticos da cidade, sem esquecer uma das esculturas mais icônicas da Argentina.
Descobrindo Palermo Soho e Plaza Serrano
Palermo Soho é o coração cultural da Buenos Aires moderna. O bairro mistura arte de rua marcante, cafés charmosos e lojas de design que fogem do comum.
Comece a manhã caminhando pelas ruas Honduras e Gurruchaga. Tem mural colorido em quase toda esquina, transformando o bairro numa galeria a céu aberto.
A Plaza Serrano (ou Plaza Cortázar) é o centro social do Soho. De dia, tem clima relax, crianças brincando, gente lendo.
Nos fins de semana, a praça se anima com uma feira de artesanato. Dá pra achar joias feitas à mão, roupas vintage e arte local. Os preços são bons e a qualidade surpreende.
Dica importante: Separe pelo menos duas horas para explorar as lojinhas da região. Marcas argentinas como Rapsodia e Chocolate nasceram por lá.
Passeio no Rosedal e Jardins de Palermo
O Rosedal é um dos jardins mais românticos da América do Sul. Fica dentro dos Bosques de Palermo e tem mais de 8.000 roseiras de quase cem variedades.
A melhor época pra visitar é entre outubro e dezembro, quando as rosas explodem de cor. Fora dessa época, o jardim continua bonito, com pérgolas e caminhos bem cuidados.
Tem um lago pequeno onde você pode alugar pedalinho. O passeio custa por volta de 2.000 pesos argentinos por meia hora.
O Jardim Japonês fica a poucos metros do Rosedal. A entrada custa cerca de 1.500 pesos para estrangeiros e o lugar tem carpas coloridas, pontes de madeira e uma casa de chá tradicional.
Leve protetor solar e água. Os jardins são grandes e você vai caminhar bastante sob o sol portenho.
Floralis Generica: símbolo moderno da cidade
A Floralis Generica é uma escultura de metal gigante, símbolo da Buenos Aires moderna. Essa flor de aço e alumínio tem 23 metros de altura e pesa 18 toneladas.
Foi criada pelo arquiteto Eduardo Catalano em 2002. Ela abre as pétalas de dia e fecha à noite, imitando uma flor de verdade.
Horários especiais: A flor fica aberta em datas como Natal, Ano Novo, Dia dos Namorados e início da primavera. Nessas datas, as fotos ficam ainda mais legais.
A escultura está na Plaza de las Naciones Unidas, bem perto do Rosedal. Dá pra visitar os dois no mesmo passeio, sem pressa.
Melhor horário para fotos: Entre 17h e 19h, quando o pôr do sol deixa o metal dourado. O contraste com o céu garante cliques incríveis.
Dia 5: Passeios Bate e Volta e Explorações Alternativas
No último dia, três opções principais: um passeio tranquilo ao delta do Tigre, uma escapada internacional para Colonia del Sacramento no Uruguai, ou uma imersão em espaços artísticos alternativos de Buenos Aires.
Visitando Tigre e Puerto de Frutos
Tigre fica a uns 30 quilômetros de Buenos Aires. Dá pra chegar de trem desde a estação Retiro em cerca de uma hora.
O Puerto de Frutos é o mercado mais famoso da cidade. Lá você encontra artesanato, móveis de vime e produtos regionais.
O mercado abre todos os dias, mas fica mais animado nos fins de semana. O passeio de barco pelo delta é imperdível.
Os barcos saem do porto de Tigre a cada meia hora. No trajeto, você vê casas sobre palafitas, ilhas verdes e rios tranquilos.
O Museu de Arte Tigre ocupa um prédio histórico lindo. A entrada custa por volta de 500 pesos argentinos.
Você pode almoçar no centro de Tigre antes de voltar para Buenos Aires. Não deixe de experimentar os doces locais.
Horários importantes:
- Trens para Tigre: a cada 10-20 minutos
- Puerto de Frutos: 10h às 18h
- Passeios de barco: 10h30 às 17h30
Explorando Colonia del Sacramento
Colonia del Sacramento fica no Uruguai, a umas três horas de Buenos Aires. O barco sai de Puerto Madero, direto para Colonia.
A cidade é Patrimônio Mundial da UNESCO. As ruas de pedra e casas coloniais dão um charme especial.
Dá pra explorar tudo a pé em meio dia, sem pressa. O Farol de Colonia oferece uma vista panorâmica do Rio da Prata.
A entrada custa pouco em moeda uruguaia. São 110 degraus até o topo, mas a vista compensa.
Documentação necessária: RG ou passaporte brasileiro
Tempo de viagem: 3 horas de barco (ida)
Moeda: peso uruguaio ou dólar americano
Fique de olho nos horários dos barcos para voltar. O último costuma sair por volta das 19h.
Opções de arte contemporânea e experiências culturais
Se você quiser ficar em Buenos Aires, vale a pena explorar os espaços culturais alternativos. O bairro Barracas tem algumas galerias de arte contemporânea e ateliês de artistas locais—é um lugar que surpreende.
A Usina del Arte fica em La Boca, numa antiga usina elétrica. O espaço oferece exposições, concertos e workshops, e o melhor: a entrada costuma ser gratuita na maioria dos eventos.
O Mercado de San Telmo ganha vida aos domingos, transformando-se numa feira de antiguidades enorme. Dá pra encontrar de tudo, de discos de tango antigos até objetos vintage que você nem imaginava.
O Centro Cultural Recoleta quase sempre tem alguma exposição interessante rolando. Fica perto do cemitério famoso, e a entrada também é gratuita. Se quiser, dá pra combinar com uma passada em algum dos cafés históricos ali por perto.
Pra quem curte gastronomia, um tour de comida de rua pelos bairros menos turísticos como Villa Crespo ou Palermo Hollywood pode ser uma ótima pedida.